domingo, 19 de dezembro de 2010

O Lobo da Estepe


O Lobo da Estepe vivia, segundo seu próprio entendimento, inteiramente à margem do mundo convencional, pois não conhecera nem a vida de família nem as ambições sociais. Sentia-se isolado ora como um esquisitão e doentio eremita, ora como um indivíduo superiormente dotado, que por seu gênio se sobressaía do comum dos mortais. Desprezava conscientemente a burguesia e vivia orgulhoso de não pertencer a ela. Contudo, sob muitos aspectos, vivia inteiramente como burguês, tinha dinheiro no banco, ajudava alguns parentes pobres, vestia-se sem cuidados particulares mas de maneira decente e sem chamar a atenção; procurava viver em paz com a polícia, os coletores de impostos e outros poderes semelhantes. Mas além disso sentia forte e secreta atração pela vida burguesa, pelas tranqüilas e decentes residências familiares com seus bem cuidados jardins, suas escadas reluzentes e sua modesta atmosfera de ordem e decoro. Agradava-lhe ter pequenos vícios e extravagâncias, sentir-se antiburguês, esquisitão ou gênio, mas nunca fixava residência onde não existisse nenhuma classe da burguesia. Não se encontrava à vontade em meio de pessoas violentas e atrabiliárias, nem entre delinqüentes e criminosos, mas antes procurava sempre viver em meio à classe média, com cujos hábitos, normas e atmosfera estava bem familiarizado, embora pudesse ter contra elas revolta e oposição. Além disso, fora educado em meio à pequena burguesia e dela conservara um grande número de idéias e noções. Teoricamente nada tinha em contrário à prostituição, mas na prática não seria capaz de levar uma prostituta a sério ou considerá-la realmente sua igual. Aos criminosos políticos, aos revolucionários ou aos sedutores espirituais, podia amá-los como se fossem seus irmãos, ou respeitar o estado e a sociedade, mas não saberia como tratar um ladrão, um criminoso ou sádico, a não se demonstrando por eles uma compaixão eminentemente burguesa.
Dessa forma sempre reconhecia e afirmava com uma parte de seu ser, por pensamentos ou atos, o que com a outra parte negava e combatia. Criado num lar burguês e culto, de moral firme, nunca chegara a libertar parte de sua alma desses convencionalismos, mesmo depois de haver-se individualizado na medida do possível dentro da burguesia e haver-se divorciado do conteúdo dos ideais e das crenças burguesas.
O “burguês”, como um estado sempre presente da vida humana, não é outra coisa senão a tentativa de uma transigência, a tentativa de um equilibrado meio-termo entre os inumeráveis extremos e pares de opostos da conduta humana. Tomemos, por exemplo, qualquer dessas dualidades, como o santo e o libertino, e nossa comparação se esclarecerá em seguida. O homem tem a possibilidade de entregar-se por completo ao espiritual, à tentativa de aproximar-se de Deus, ao ideal de santidade. Também tem, por outro lado, a possibilidade de entregar-se inteiramente à vida dos instintos, aos anseios da carne, e dirigir seus esforços no sentido de satisfazer seus prazeres momentâneos. Um dos caminhos conduz à santidade, ao martírio do espírito, à entrega a Deus. O outro caminho conduz à libertinagem, ao martírio da carne, à entrega, à corrupção. O burguês tentará caminhar entre ambos, no meio do caminho. Nunca se entregará nem se abandonará à embriaguez ou ao ascetismo; nunca será mártir nem consentirá em sua destruição, mas, ao contrário, seu ideal não é a entrega, mas a conservação de seu eu, seu esforço não significa nem santidade nem libertinagem, o absoluto lhe é insuportável, quer certamente servir a Deus, mas também entregar-se ao êxtase, quer ser virtuoso, mas quer igualmente passar bem e viver comodamente sobre a terra. Em resumo, tenta plantar-se em meio aos dois extremos, numa zona temperada e vantajosa, sem grandes tempestades ou borrascas, e o consegue ainda que à custa daquela intensidade de vida e de sentimentos que uma existência extremada e sem reservas permite. Viver intensamente só se consegue à custa do eu. Mas o burguês não aprecia nada tanto quanto o seu eu (um eu na verdade rudimentarmente desenvolvido). À custa da intensidade consegue, pois, a subsistência e a segurança; em lugar da posse de Deus cultiva a tranqüilidade da consciência; em lugar dos ardores mortais, uma temperatura agradável. O burguês é, pois, segundo sua natureza, uma criatura de impulsos vitais muito débeis e angustiosos, temerosa de qualquer entrega de si mesma, fácil de governar. Por isso colocou em lugar do poder a maioria, em lugar da autoridade a lei, em lugar da responsabilidade as eleições.
E compreensível que esta débil e angustiada criatura, embora existindo em número tão grande, não consiga manter-se, que, de acordo com suas particularidades, não possa representar outro papel no mundo senão o de rebanho de cordeiro entre lobos erradios. Contudo, vemos que, em tempos de governos fortes, os burgueses se vêem oprimidos contra a parede, mas nunca sucumbem; na verdade às vezes parecem mesmo dominar o mundo. Como será possível? Nem o numeroso rebanho, nem a virtude, nem o senso comum, nem a organização serão suficientes para salvá-lo da destruição. Não há remédio no mundo que possa sustentar uma intensidade tão débil em sua origem. E, todavia, a burguesia vive, é forte e próspera. Porquê?
A resposta é a seguinte: Por causa dos lobos da estepe. Com efeito, a força vital da burguesia não se apóia de maneira alguma nas particularidades de seus membros normais, porém nas dos extraordinários e numerosos outsiders2 que, em conseqüência, a querem rodear com a vaga indecisão e a elasticidade de seus ideais. Convivem sempre na burguesia uma grande multidão de naturezas fortes e selvagens. Nosso Lobo da Estepe, Harry, é um exemplo característico. Ele que se desenvolveu muito mais do que se espera de um burguês, ele que conhece as delícias da meditação e também as sombrias alegrias do ódio e do ódio contra si mesmo, ele que despreza a lei, a virtude, o senso comum, é, no entanto, um prisioneiro forçado da burguesia e não pode escapar a ela. E assim em torno do núcleo da burguesia se sobrepõem amplas camadas de Humanidade, muitos milhares de vidas e inteligências, cada uma das quais surgida certamente da burguesia e disposta a uma vida sem reservas, mas que continua dependente da burguesia por sentimentos infantis e um tanto contagiada em sua debilidade pela intensidade vital; e embora pertencendo a ela, obrigadas e a seu serviço, pois à burguesia assenta perfeitamente o contrário da máxima do Grande: “Quem não está contra mim, está comigo.”
Se examinarmos agora a alma do Lobo da Estepe, veremos que ele é distinto do burguês por causa do alto desenvolvimento de sua individualidade, pois toda a individualização superior se orienta para o egoísmo e propende portanto ao aniquilamento. Vemos que tem em si um forte impulso tanto para o santo quanto para o libertino; no entanto, não pode tomar o impulso necessário para atingir o espaço livre e selvagem, por debilidade ou inércia, e permanece desterrado na difícil e maternal constelação da burguesia. Esta é sua situação no espaço do mundo e sua sujeição. A maior parte dos intelectuais e dos artistas pertence a esse tipo. Só os mais fortes entre eles ultrapassam a atmosfera da terra da burguesia e logram entrar no espaço cósmico; todos os demais se resignam ou selam pactos, pertencem a ela, reforçam-na e glorificam-na, pois em última instância têm de professar sua crença para viver. A vida desse infinito número de pessoas não atinge o trágico, mas apenas um infortúnio considerável e uma desventura, em cujo inferno seus talentos engendram e frutificam. Os poucos que se libertaram buscam sua recompensa no absoluto e sucumbem no esplendor. São os trágicos e seu número é pequeno. Mas os outros, os que permaneceram submissos, a cujo talento a burguesia concede com freqüência grandes homenagens, a estes se abre um terceiro reino, um mundo imaginário, mas soberano: o humor. Os inquietos lobos da estepe, a esses contínuos e terríveis pacientes, ao que está negado o apoio necessário para o trágico, para subir ao espaço sideral, que se sentem chamados para o absoluto e, no entanto, não podem nele viver; para esses, quando seu espírito se fez duro e elástico na dor, abre-se-lhes o caminho conciliante do humor. O humor é sempre um pouco burguês, embora o verdadeiro burguês seja incapaz de compreendê-lo. Em suas imaginárias esferas realiza-se o ideal intrínseco e multifacetado de todos os lobos da estepe: aqui é possível não apenas celebrar o santo e o libertino ao mesmo tempo e unir um pólo ao outro, mas também incluir os burgueses na mesma afirmação. É possível estar-se possuído por Deus e sustentar o pecador, e vice-versa, mas não é possível nem ao santo nem ao libertino (nem a nenhum outro absoluto) afirmar aquele meio-termo fraco e neutro que se chama burguês. Somente o humor, a magnífica descoberta dos que foram detidos em seu vôo para o mais alto, dos quase trágicos, dos infelizes superdotados, só o humor (talvez o produto mais genuíno e genial da Humanidade) atinge esse impossível e une todos os aspectos da existência humana nos raios de seu prisma. Viver no mundo como se não fosse o mundo, respeitar a lei e no entanto colocar-se acima dela, possuir uma coisa “como se não a possuísse”, renunciar como se não tratasse de uma renúncia, todas essas proposições favoritas e formuladas com freqüência, todas essas exigências de uma alta ciência da vida, somente pode realizá-las o humor.
E no caso do Lobo da Estepe, a quem não faltam faculdades e disposições para tanto, se lograsse, no labirinto de seu inferno, absorver e transpirar essa bebida mágica, então estaria salvo. Ainda lhe falta muito para isso, mas a possibilidade, a esperança existem. Quem o ama, quem se interessa por ele, pode desejar-lhe esta salvação. Ela iria, é verdade, mantê-lo preso ao mundo burguês, mas seu padecimento seria suportável e produtivo. Suas relações com o mundo burguês quer no amor quer no ódio perderiam seu sentimentalismo e sua sujeição a ele cessaria de atormentá-lo continuamente como um opróbio.
Para alcançar isto, ou para, afinal, ser capaz de tentar o salto no desconhecido, teria um lobo da estepe de defrontar-se algumas vezes consigo mesmo, olhar profundamente o caos de sua própria alma e chegar à plena consciência de si mesmo. Sua existência enigmática revelar-se-ia então para ele em toda sua invariabilidade e ser-lhe-ia impossível para sempre no futuro escapar do inferno de seus impulsos e refugiar-se em consolos filosóficos e sentimentais. Seria necessário que o homem e o lobo se conhecessem mutuamente sem falsas máscaras sentimentais, que se fitassem nos olhos em toda a sua nudez. Então explodiriam ou se separariam para sempre, de modo que não voltariam a existir lobos da estepe ou chegariam a bons termos à luz nascente do humor.
É possível que Harry tenha um dia esta última possibilidade. É possível que um dia aprenda a conhecer-se, seja porque receberá nas mãos um dos nossos espelhinhos, seja porque alcance o Imortal ou talvez encontre num dos nossos teatros mágicos aquilo de que necessita para libertar sua alma desgarrada. Mil possibilidades o esperam, seu destino as atrai irremediavelmente, pois todos esses solitários da burguesia vivem na atmosfera dessas mágicas possibilidades. Basta apenas um nada para que se produza a centelha.
E tudo isso é amplamente conhecido pelo Lobo da Estepe, ainda que seus olhos nunca venham a dar com este fragmento de sua biografia íntima. Ele suspeita e teme a possibilidade de um encontro consigo mesmo, e está cônscio da existência daquele espelho no qual tem uma necessidade tão marga de olhar-se e no qual teme mortalmente ver-se refletido.
Para terminar nosso estudo resta esclarecer ainda uma última ficção, um engano fundamental. Todas as interpretações, toda psicologia, todas as tentativas de tornar as coisas compreensíveis se fazem por meio de teorias, mitologias, de mentiras; e um autor honesto não deveria furtar-se, no fecho de uma exposição, a dissipar essas mentiras dentro possível. Se digo “acima” ou “abaixo”, isso já é uma afirmação, que exige um esclarecimento, pois só existem acima e abaixo no pensamento, na abstração. O mundo mesmo não conhece nenhum acima nem abaixo.
Da mesma maneira, para ser sucinto, o lobo da estepe também é uma ficção. Se o próprio Harry se sente como homem-lobo e se crê formado por dois seres inimigos e opostos, isso é puramente uma mitologia simplificadora. Harry não é nenhum homem-lobo, e se aceitamos a princípio sua mentira, inventada e acreditada por ele mesmo, e tentamos considerá-lo e explicá-lo dentro da realidade como um ser duplo, como um lobo da estepe, foi porque nos aproveitamos dela para sermos compreendidos mais facilmente, mentira essa cuja retificação deve ser tentada agora.
A divisão em lobo e homem, em impulso e espírito, mediante a qual Harry procura explicar seu destino, é uma grosseira simplificação, uma violentação do real em favor de uma explicação plausível porém errônea da desarmonia que este homem encontra em si e que lhe parece a fonte de seus não leves sofrimentos. Harry encontra em si um “homem”, ou seja, um mundo de pensamentos, de sensações, de cultura, de natureza domada e sublimada, e vê também, ao lado de tudo isto, um “lobo”, ou seja, um obscuro mundo de instintos, de selvagerismo e crueldade, de natureza bruta e insublimada. Apesar desta divisão, ao que tudo indica tão clara de seu ser em duas esferas, que são inimigas entre si, de quando em quando, já percebeu que o lobo e o homem, durante algum tempo, vivem reconciliados. Se Harry tentasse estabelecer em cada momento determinado de sua vida, em cada um de seus sentimentos, a parte correspondente neles ao homem e a parte que corresponde ao lobo, acabaria por encontrar-se num dilema, e toda a sua bela teoria do homem-lobo cairia por terra. Pois não há um único ser humano, nem mesmo o negro primitivo, nem mesmo os idiotas, convenientemente simples, que possa ser explicado como a soma de dois outros elementos principais; e explicar um homem tão complexo quanto Harry por meio da ingênua divisão em lobo e homem seria uma tentativa positivamente infantil. Harry compõe-se não de dois, mas de cem ou de mil seres. Sua vida não oscila (como a vida de cada um dos homens) simplesmente entre dois pólos, tais como o corpo e o espírito, o santo e o libertino, mas entre mil, entre inumeráveis pólos.
Não devemos surpreender-nos pelo fato de que mesmo um homem tão inteligente e educado quanto Harry possa tomar-se por um lobo da estepe e reduzir a rica e complexa imagem de sua vida a uma fórmula tão simples, tão rudimentar e primitiva. O homem não é capaz de pensar em alta escala, e mesmo o mais espiritual e altamente intelectualizado pode contemplar o mundo e a si próprio através das lentes de fórmulas enganosas e simplistas – especialmente a si próprio! Pois parece ser uma necessidade inata e imperativa de todos os homens imaginarem o próprio ser como uma unidade. E apesar de essa ilusão sofrer com freqüência graves contratempos e terríveis choques, ela sempre se recompõe. O juiz que se senta defronte ao criminoso e o fita no rosto, e por um instante reconhece todas as emoções, potencialidades e possibilidades do assassino em sua própria alma de juiz e ouve a voz do assassino como sendo a sua, já no momento seguinte volta a ser uno e indivisível como juiz, volta a encerrar-se na envoltura do seu eu quimérico e cumpre seu dever e condena o assassino à morte. E se em algumas almas humanas, singularmente dotadas e de percepção sensível, se levanta a suspeita de sua composição múltipla, e, como ocorre aos gênios, rompem a ilusão da unidade personalística e percebem que o ser se compõe de uma pluralidade de seres como um feixe de eus, e chegam a exprimir essa idéia, então imediatamente a maioria as prende, chama a ciência em seu auxílio, diagnostica esquizofrenia e protege a Humanidade para que não ouça um grito de verdade dos lábios desses infelizes. Então, para que perder aqui palavras, por que expressar coisas que todos aqueles que pensam conhecem por si mesmos, quando sua simples enunciação é uma nota de mau gosto? Assim, pois, se um homem se aventura a converter numa dualidade a pretendida unidade do eu, se não é um gênio, é em todo caso uma rara e interessante exceção. Mas na realidade não há nenhum eu, nem mesmo no mais simples, não há uma unidade, mas um mundo plural, um pequeno firmamento, um caos de formas, de matizes, de situações, de heranças e possibilidades. Cada indivíduo isolado vive sujeito a considerar esse caos como uma unidade e fala de seu eu como se fora um ente simples, bem formado, claramente definido; e a todos os homens, mesmo aos mais eminentes, esse rude engano parece como uma necessidade, uma exigência da vida, como o respirar e o comer.
O equívoco reside numa falsa analogia. Todo homem é uno quanto ao corpo, mas não quanto à alma. Também na literatura, mesmo na mais refinada, encontramos este conceito habitual em personagens aparentemente unas, aparentemente uniformes. No teatro de hoje, o que mais aprecia a gente do ofício, os conhecedores, é o drama, e com razão, pois oferece (ou oferecia) as maiores possibilidades para a representação do eu como uma pluralidade, se isto não se opõe a brutal impressão de unidade que nos dá cada pessoa isolada do drama, ao levar encerrada, sem resistência, essa pluralidade num corpo simples, uniforme e isolado. Também apreciam muito a ingênua estética do chamado drama de caráter, no qual cada figura se apresenta como uma unidade muito característica e isolada. Só de longe e pouco a pouco começa a despertar em alguns a suspeita de que tudo isto não passa de uma razoável estética superficial, de que nos equivocaremos se aplicarmos aos nossos grandes dramaturgos a magnífica idéia de beleza dos antigos, pois esta não é congênita a nós, mas simplesmente intuída, e é nela, na fonte comum dos corpos visíveis, que se encontra exatamente a ficção do ego, da personalidade. Nas obras da Índia antiga esta concepção é completamente desconhecida, os heróis da epopéia índica não são pessoas, mas aglomerados de pessoas, conjuntos de reencarnações. E em nosso mundo moderno há obras em que, por trás do véu do jogo das pessoas e caracteres, tentou-se apresentar uma pluralidade de almas, não de todo inconsciente para o autor. Quem queira comprovar isto deve decidir-se a considerar de uma vez as figuras de uma obra semelhante, não como seres individuais, mas como pares, como facetas, como aspectos diversos de uma suprema unidade (que para mim é a alma do poeta). Quem examinar deste modo o Fausto, tanto o Fausto, Mefistófeles, Wagner e todos os demais significarão para ele a unidade, uma superpessoa, e só nesta suprema unidade e não nas figuras isoladas estará refletido algo da verdadeira essência da alma. Quando fausto diz a frase que ficou célebre entre os professores e admirada com terror pelos filisteus: “Duas almas, ai, moram no meu peito!” esqueceu-se de Mefistófeles e de toda uma multidão de outras almas que também se abrigam em seu peito. Nosso Lobo da Estepe crê levar também em seu peito duas almas (lobo e homem) e por isto sente o peito demasiadamente oprimido e estreito. O peito, o corpo, é sempre uno, mas as almas que nele residem não são nem duas, nem cinco, mas incontáveis, o homem é um bulbo formado por cem folhas, um tecido urdido com muitos fios. Os antigos asiáticos sabiam disto muito bem, e encontram no ioga búdico uma técnica precisa para descobrir a ilusão da personalidade. Divertido e multíplice é o jogo da Humanidade: a ilusão que levou milhares de anos para ser descoberta pelos hindus é a mesma ilusão que aos ocidentais custou tanto trabalho custodiar e fortalecer.
Se observarmos o Lobo da Estepe a partir deste ponto de vista, veremos claramente porque sofre tanto sob a sua ridícula dualidade. Crê, como Fausto, que duas almas são demais pra um peito só e podem arrebentar com ele. Mas, ao contrário, são demasiado poucas, e Harry violenta terrivelmente sua pobre alma se busca compreendê-la numa imagem tão primitiva. Harry, embora seja um homem grandemente instruído, procede talvez como um selvagem, que não sabe contar além de dois. Chama a uma parte de si mesmo de homem, à outra, de lobo, e com isso acredita haver chegado á meta e esgotado o assunto. No “homem” encerra tudo o que há de espiritual, de sublime ou culto que encontra em si, e no “lobo” tudo o que há de instintivo, de selvagem e caótico. Mas as coisas não se passam na vida de maneira tão simples como em nosso pensamento, nem tão rude como em nosso pobre idioma de idiotas, e Harry se engana duplamente ao empregar este método tacanho do lobo. Harry considera, o que é de temer-se, todas as divisões de sua alma como parte do “homem”, muitas das quais já deixaram de ser homem, e qualifica partes de seu ser como lobo, partes que há muito já estão além do lobo.
Como todos os homens, Harry crê saber muito bem o que é o homem, e não sabe absolutamente nada, embora o suspeite algumas vezes em sonho ou em outros estados anímicos não sujeitos a controle. Quem dera não esquecesse esses pressentimentos, mas se apropriasse deles tanto quanto possível! O homem não é uma forma fixa e duradoura (tal era o ideal dos antigos, apesar do pensamento em contrário de alguns luminares da época); é antes um ensaio e uma transição, não é outra coisa senão a estreita e perigosa ponte entre a Natureza e o Espírito. Para o espírito, para Deus, ele é impulsionado por sua vocação mais íntima. para a natureza, para a mãe, é atraído pelo mais íntimo desejo. Sua vida oscila vacilando angustiosamente entre ambos os poderes. O que se compreende comumente pela palavra “homem” é sempre uma estipulação efêmera e burguesa. Certos impulsos mais crus estão afastados e proibido nessa convenção; um grau de consciência e de cultura humana são reclamados à besta; uma pequena parcela de espírito não é somente permitida, como também encorajada. O homem desta convenção, como todos os outros ideais burgueses, é uma conciliação, um intento tímido, de ingênua astúcia com o intuito de enganar tanto à perversa mãe Natureza primitiva quanto o incômodo primitivo pai Espírito de suas enérgicas exigências e para viver na zona temperada entre eles. É por isso que a média das pessoas permite e tolera aquilo que denomina “personalidade”, mas ao mesmo tempo entrega a personalidade àquele Moloch chamado “Estado” e intriga continuamente um com o outro. Assim o burguês queima hoje por herege e enforca por criminoso aquele ao qual amanhã levantará estátuas.
Que o “homem” não é alguma coisa já criada, mas apenas uma exigência do espírito, uma possibilidade longínqua, tão desejada quanto temida, e que o caminho a que isto conduz só vai sendo percorrido em pequenos impulsos e debaixo de terríveis tormentos e sonhos, precisamente por aquelas raras individualidades, para as quais hoje se prepara o patíbulo e amanhã o monumento – é a suspeita que vive também no Lobo da Estepe. Porém, o que ele para si designa como “homem”, em contraposição ao seu “lobo”, não é, em grande parte, senão aquele homem medíocre do convencionalismo burguês. O caminho para o verdadeiro homem, o caminho para os imortais, Harry adivinha-o perfeitamente e percorre-o também aqui e ali com timidez, muito lentamente, pagando este avanço com graves tormentos e com seu doloroso isolamento. mas, proporcionar-se, aspirar àquela suprema exigência, àquela encarnação pura e buscada pelo espírito, andar o único caminho estreito para a imortalidade, isto receia-o no mais profundo de sua alma. tem perfeita consciência de que isto conduz a tormentos ainda maiores, à proscrição, à renúncia de tudo, talvez ao cadafalso; e, apesar de saber que no fim deste caminho a imortalidade sorri sedutora, não está disposto a padecer todos estes sofrimentos, a morrer todas estas mortes. Tendo ainda mais consciência do fim da encarnação do que os burgueses, fecha, todavia, os olhos e faz por ignorar que o apego desesperado ao próprio eu, a desesperada ânsia de viver, são o caminho mais seguro para a morte eterna, ao passo que o saber morrer, rasgar o véu do mistério, ir procurando eternamente mutações em si mesmo, conduz à imortalidade. Quando adora os seus favoritos entre os imortais, Mozart, por exemplo, nunca o faz, afinal, senão com olhos de burguês, e pretende explicar doutamente a perfeição de Mozart apenas pelos seus altos dotes de músico, e não pela grandeza de sua abnegação, paciência no sofrimento e independência perante os ideais da burguesia, pela sua resignação naquele extremo isolamento, semelhante ao do horto de Getsêmani, que em torno do que sofre e está em vias de reencarnação rarifica toda a atmosfera burguesa até convertê-la em gelado éter cósmico.
Mas, enfim, o nosso Lobo da Estepe descobriu dentro de si ao menos a duplicidade fáustica; conseguiu determinar que à unidade de seu corpo corresponde uma unidade espiritual, mas que, no melhor dos casos, apenas se encontra em caminho, com uma larga peregrinação à frente, para o ideal dessa harmonia. Desejaria vencer dentro de si o lobo e viver inteiramente como homem, ou então, renunciar ao homem e viver ao menos como lobo uma vida uniforme, sem desvios. Provavelmente nunca observou com atenção um lobo autêntico; então veria, talvez, que nem mesmo os animais possuem a anuidade da alma, que também neles, atrás da bela e austera forma do corpo, vive uma multiplicidade de desejos e de estados; que também o lobo tem abismos no seu interior e também sofre. Não! Com a volta à Natureza o homem vai sempre por um falso caminho, cheio de sofrimentos e sem esperanças. Harry não pode tornar a converter-se inteiramente em lobo, e se tal acontecesse veria que nem mesmo o lobo é simples e originário, mas alguma coisa já muito complexa. Também o lobo tem duas e mais de duas almas dentro do peito, e quem desejar ser um lobo incorre na mesma ignorância do homem da canção: “Feliz quem voltasse a ser criança!” O homem simpático, mas sentimental, que entoa a canção do menino ditoso, desejaria também voltar à Natureza, à inocência, ao princípio, mas esqueceu que nem mesmo as crianças são felizes, e sim suscetíveis de muitos conflitos, de muitas desarmonias, de todos os sofrimentos.
Para trás, não conduz a nenhum caminho, nem para o lobo nem para a criança. No princípio das coisas não há simplicidade nem inocência; tudo o que foi criado até o que parece mais simples, é já culpável, já complexo, foi lançado ao sujo torvelinho do desenvolvimento e já não pode, não poderá nunca mais, nadar contra a corrente. O caminho para a inocência, para o incriado, para Deus, não se dirige para trás mas sim para diante; Não para o lobo ou a criança, mas cada vez mais para a culpa, cada vez mais fundamente dentro da encarnação humana. Nem mesmo com o suicídio, pobre Lobo da Estepe, te livrarás realmente das dificuldades; tens de percorrer o caminho mais largo, mais penoso e mais difícil da humana encarnação; freqüentemente terás de multiplicar a tua multiplicidade, complicar ainda mais a tua complexidade. Em vez de reduzir o teu mundo, de simplificar a tua alma, terás de recolher cada vez mais mundo, de recolher no futuro o mundo inteiro na tua alma dolorosamente dilatada, para chegar talvez algum dia ao fim, ao descanso. O mesmo caminho foi percorrido por Buda e todos os grandes homens, uns conscientes, outros inconscientemente, na medida em que a fortuna favorecia a sua busca. Nascimento significa desunião do todo, limitação, afastamento de Deus, penosa reencarnação. Volta ao todo, anulação da dolorosa individualidade, chegar a ser Deus, quer dizer: ter dilatado a alma de tal forma que se torne possível voltar a conter novamente o todo.
Não se trata aqui do homem conhecido das escolas, da economia política ou da estatística, nem do homem que aos milhões anda pela rua e não tem mais importância do que a areia ou a espuma dos mares: pouco adiantam alguns milhões a mais ou a menos; são material e nada mais. Não, nós falamos aqui do homem no sentido elevado do termo, do largo caminho da encarnação humana, do homem verdadeiramente real, dos imortais. O gênio não é tão raro como em geral nos parece, nem tão freqüente como pretendem as histórias literárias, a história universal e até mesmo os jornais. O Lobo da Estepe, Harry, segundo nossa opinião, seria gênio bastante para intentar a aventura da encarnação humana, sem necessidade de trazer para confrontação, lamentavelmente, a cada dificuldade, o seu estúpido lobo da estepe.
É tão estranho e entristecedor que homens de tais possibilidades surjam como lobos da estepe e com “duas almas, ai!” e que mostrem tanta afeição covarde ao burguês. Um homem capaz de compreender Buda, um homem que tem noção dos céus e dos abismos da natureza humana, não deveria viver num meio em que domina o senso comum, a democracia e a educação burguesa. Só por covardia continua a viver nele, e quando suas dimensões o oprimem, quando a estreita cela do burguês se torna demasiado apertada, ele atribui tudo isto ao “lobo” e não que aperceber-se de que às vezes o lobo é a sua melhor parte. Tudo o que há de feroz dentro de si ele o atribui ao lobo e o tem por mau, perigoso e terror dos burgueses; mas ele que, no entanto, se acredita um artista e supõe ter sensibilidade, não é capaz de ver que fora do lobo, atrás do lobo, vivem no seu interior muitas outras coisas: que nem tudo o que morde é lobo; que dentro de si habitam também a raposa, o dragão, o tigre, o macaco e a ave-do-paraíso, e que todo este mundo é um éden cheio de milhares de seres, formosos e terríveis, grandes e pequenos, fortes e delicados, mundo asfixiado e cercado pelo mito do lobo – tanto como o verdadeiro homem que nele há é asfixiado e preso apenas pela sua aparência de homem, pelo burguês.
Imagine-se num jardim de cem espécies de árvores, com mil variedades de flores, com cem espécies de frutas e outros tantos gêneros de ervas. Pois bem: se o jardineiro que cuida deste jardim não conhece outra diferenciação botânica além do “joio” e do “trigo”, então não saberá que fazer com nove décimas partes de seu jardim, arrancará as flores mais encantadoras, cortará as árvores mais nobres, ou pelo menos ter-lhes-á ódio e as olhará com maus olhos. Assim faz o Lobo da Estepe com as mil flores de sua alma. O que não está compreendido na designação pura e simples de “lobo” ou de “homem nem sequer merece sua atenção. E quantas qualidades ele empresta ao homem! Tudo o que é covarde, símio, estúpido, mesquinho, desde que não seja muito, diretamente lupino, ele atribui ao “homem”, assim como atribui ao “lobo” tudo o que é forte e nobre, só porque não conseguiu ainda dominá-lo.
Despedimo-nos de Harry. Deixamos que continue o seu caminho. Se já estivesse com os imortais, se já tivesse chegado lá onde a sua penosa marcha parece querer levá-lo, como olharia assombrado este vaivém, este feroz e irresoluto ziguezague da sua rota, como sorriria a este lobo da estepe, animando-o, censurando-o, com compaixão e complacência!


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Quando os assassinos do Rei estão a solta, mil magos surgem na Terra...

domingo, 14 de novembro de 2010

Meditando




Preciso equilibrar as energias que esse mundo emana sobre mim. Existem diversos caminhos que levam ao mesmo fim, preciso aprender a lidar com a ilusão e as paixões mundanas e descobrir como realmente sentir a vida que há dentro do meu ser. Os objetos de ''gozo dos sentidos'' tornam-se cada vez menos sedutores e começo a refletir que os aspectos externos de felicidade temporária já não me completam.

Sabedoria é necessária para viver em harmonia com aqueles que ainda dormem. Sabendo bem que não estou situado acima de nenhum pedestal e não sou melhor que ninguém. Estou apenas tentando ouvir a voz que vem do meu interior. Meu espírito quer transpor os limites que o condicionamento de uma sociedade profundamente doente impôs sobre a minha natureza.

Sinto saudade ao olhar para o céu e fico imaginando o que me aguarda. Desde a infância pensamentos sobre o mundo que me cerca me intrigam , algo dentro de mim dizia que algo estava errado , mas externamente recebia ondas de (des)informações que buscavam conter e apagar aquela voz em mim.

Vim como um espirito rebelde que não queria aceitar as coisas como eram. Observo as pessoas e essa sociedade que vivo e pressinto que tudo irá acabar no abismo. Passei por crises de identidade que me fizeram mergulhar em diversas realidades alternativas, buscava idéias e culturas diversificadas como forma de me diferenciar da sociedade que vivo. O padrão de ser normal e de sempre fazer as mesmas coisas é uma forma de gaiola que aprisiona a criatividade humana, deixando o melhor do ser humano de lado. Dessa maneira destruiram a poesia da vida e a magia do Ser, o inimigo quis calar o Deus que vive dentro de cada ser vivo.

Sou um buscador da Verdade,  quero me empolgar com coisas belas, puras e reais, quero ser Humano e por isso me recuso a me submeter a tirania! E a minha alma veio a esse mundo para trazer novas visões de mundo, acabar com tantar mentiras e quebrar os paradigmas que mantém o medo e a escuridão. E sei que outros como eu estão buscando o mesmo caminho e é questão de tempo para que esses(as) filhos(as) da Luz encontrem-se.

Nunca desista dos seus sonhos.



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mãe Terra




Abençoado seja o Filho(a) da Luz que conhece sua Mãe Terra

Pois é Ela a doadora da vida

Saibas que a sua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela

Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida

E te deu este corpo que um dia tu lhe devolverás

Saibas que o sangue que corre nas tuas veias

Nasceu do sangue da tua Mãe Terra

O sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela

Borbulha nos riachos das montanhas

Flui abundantemente nos rios das planícies

Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra

O alento Dela é o azul celeste das alturas do céu

E os sussurros das folhas da floresta

Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe Terra

Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra

A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos

Nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra

Que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho

Como o ar tremelicante sustenta o pássaro

Em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra

Ela está em ti e tu estás Nela

Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente

Segue portanto as suas leis

Pois teu alento é o alento Dela

Teu sangue, o sangue Dela

Teus ossos, os ossos Dela

Tua carne, a carne Dela

Teus olhos e teus ouvidos são Dela também

Aquele que encontra a paz na sua Mãe Terra

Não morrerá jamais

Conhece esta paz na tua mente

Deseja esta paz ao teu coração

Realiza esta paz com o teu corpo.

Evangelho dos Essênios

domingo, 31 de outubro de 2010

Estar Só

 Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar.

Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais é uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará – e compartilhar é bonito. Mas o que comumente acontece no mundo é: você não tem amor, a pessoa que você pensa que ama não tem nenhum amor em seu ser também, e ambas clamam pelo amor do outro.

Dois mendigos mendigando entre si. Como resultado, as brigas, o conflito, a contínua rixa entre os amantes – a respeito de coisas triviais, coisas imateriais, coisas estúpidas! Mas continua-se brigando. O conflito básico surge porque o marido acha que não está recebendo o que tem direito de receber, a mulher acha que não está recebendo o que tem direito de receber. A mulher acha que foi enganada e o marido também acha que foi enganado. Onde está o amor? Ninguém está preocupado em dar, todo mundo quer receber. E quando todo mundo está atrás de receber, ninguém recebe. E todo mundo se sente perturbado, vazio, tenso. A fundação básica está faltando, e você começa a construir o templo sem a fundação. Ele irá cair, desabar a qualquer momento. E você sabe quantas vezes seu amor ruiu. E, ainda assim, você prossegue fazendo a mesma coisa repetidamente. Você vive em tal grau de inconsciência!

Você não vê o que você tem feito à sua vida e à vida das outras pessoas. Você continua, como um robô, repetindo o velho padrão, sabendo perfeitamente bem que você já fez isso antes. E você sabe qual tem sido, sempre, o resultado. E lá no fundo você também está ciente de que vai acontecer o mesmo novamente – porque não há nenhuma diferença. Você está se preparando para a mesma conclusão, o mesmo colapso.

Se há algo que você deve aprender do fracasso do amor, é: torne-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação eu quero dizer a capacidade de estar alegre sozinho. Muito raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão – simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade! Os outros acharão essas pessoas loucas, porque a idéia de felicidade é que ela tem que vir de alguém. Você encontra uma linda mulher e você fica feliz, ou você encontra um homem belo e você fica feliz. Sentar-se em silêncio em seu quarto e feliz?! Feliz desse jeito!? Você deve estar louco! As pessoas vão suspeitar que você está usando alguma droga, que você está chapado. Sim, a meditação é o LSD definitivo. Ela está liberando seus poderes psicodélicos. Está liberando seu próprio esplendor aprisionado. E você se torna tão alegre, surge uma tal celebração em seu ser, que você não necessita de nenhum relacionamento. Você pode se relacionar com as pessoas.... E esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele; relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma pessoa, e você ama, porque você tem muito amor disponível.(Osho)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Semeadores de Vida


Irei aqui transcrever um trecho de um dos livros que mais marcou a minha vida.
Semeadores de Vida, um livro de 1974 que narra a história de um grupo de jovens peruanos
que em 1974 alegaram ter tido contato direto com extraterrestres de Ganímedes , uma Lua de Júpiter. Povo que foi conhecido pelo povo Inca como  ´´homens de Apu´´ a qual exerceriam tremenda influência em sua cultura e sociedade.

 Godar: Um povo deve ser consciente de que, no seu estágio evolutivo , sempre estará ampliando sua percepção à medida em que o tempo passar. A cada período , seu avanço lhe demonstra o que era válido ou não, o que resultou eficiente, o que correspondeu à realidade e , claro, o que era totalmente falso. A capacidade de descobrir rapidamente os aspectos equivocados ou as percepções falsas está na medida em que o indivíduo ou o grupo estão cientes de que tudo aquilo que possuem é em principio falso ou falho, dada a limitação de sua percepção quanto ao momento evolutivo que vivenciam. Quanto menos rígida seja a postura de qualquer entidade ou grupo perante o que lhe parece real, menos traumáticos serão os choques provocados pelos conflitos gerados em função das descobertas, tanto material quanto espiritualmente , o que facilitará sobremaneira a possibilidade de se reformular rapidamente e sobreviver. Quanto mais agarrada for uma criatura a suas supostas verdades. quanto mais dependente for do que acredita ser real; quanto mais defensiva, cética ou avessa estiver perante qualquer nova informação, proposta, orientação ou conhecimento, mais difícil será para ela transcender as dificuldades e as exigências de uma adequeção à vida ou de compreender o sentido da existência. Mais longe estará de concretizar um futuro produtivo, ameno, próspero, generoso e humano, tornando ainda mais difícil o caminho para seus filhos. Sua relutância e oposição dificultarão e obstaculizarão a melhoria de vida, provocarão a miscigenação da verdade com o falso ao proucurar adequar as novas idéias sem ter de sacrificar os velhos hábitos, sem abandonar as crenças e sem deixar as cômodas prerrogativas dos vícios, construindo afinal as perigosas meias-verdades, confundindo ainda mais seu cenário de participação e comprometendo o avanço dos seus semelhantes.

A verdade é unica e está presente para quem não se deixe seduzir pelo brilho do poder, pela tranquilidade do conforto, pela fraqueza do ego, pelo medo de descobrir-se frágil, carente e só, pelo cansaço da oposição, pela tristeza da incompreensão e pela angústia do que está para ser descoberto. Existe para tudo uma resposta única e será alcançada por quem se mantiver fiel ao propósito de sua descoberta.

Um homem muito especial já afirmou, no teu mundo, em tempos remotos: Quem tem olhos pra ver, que veja. E essas palavras estão repletas de sabedoria. A verdade em si mesma é óbvia . É tão clara e cristalina quanto a água . Mas para obte-la e mantê-la há que estar preparado, pois é uma condição , um meio, uma situação diferente daquela a que teu mundo se acostumou. A verdade é uma aventura incrível , porém repleta de perigos. É como aqueles curiosos que se aventuram no fundo do mar, munidos do equipamento necessário. Bem preparados poderão aproveitar-se de uma vista ímpar , impossível de ser apreciada da superficie. Mas, mergulhar de maneira imprópia poderá até comprometer a vida de quem faça a tentativa. Quanto mais desleixo na preparação , quanto mais desatenção , maior será a espreita do perigo e menor será a possibilidade de que o resultado final da aventura seja positivo. Os que permanecerem na superfície e procuram olhar sem se molhar, continuarão a ter uma idéia muito vaga do que existe no fundo. Por mais clara que a água seja, muito pouco do que o mar encerra será visto , apreciado e compreendido. Analogamente, o homem busca interpretar a verdade. De uma imagem tão limitada quanto a percebida na superfície do mar, o ser humano pretende, não somente dar um tamanho ao oceano, mas compreender seus mistérios e maravilhas , definir o que ele é, como se move, como existe, que leis o governam , que e como são as criaturas que o habitam, achando pretensiosamente que tem a capacidade para realizar tal tarefa, principalmente de forma individual.

De igual maneira que o mar, a verdade em si mesma é absoluta e única, pois o universo como um todo tem a explicação de si mesmo nele. Ou seja, o universo pode ser explicado a partir do momento em que exista o conhecimento total e a percepção total dos fenômenos que nele ocorrem, inclusive no âmbito espiritual. O  mar somente poderá ser conceituado quando for conhecida sua dimensão , profundidade, composição, movimento, população, e as interrelações que o mantém. O mar será explicado e compreendido apartir do momento que todo o relacionado anterior seja percebido. E para isso são necessários: paciência, determinação, tempo, sacrifício, humildade, vontade, disciplina, perseverança, desprendimento e renúncia. Lembra que somente se pode dizer que alguém sabe o que faz quando conhece todas as opções possíveis de ação.



               
“Conhecimento é poder!
   E quem tem poder tem domínio
  Quem tem domínio tem confiança em si,
  Quem confia em si, realiza grandes feitos;
  Quem realiza grandes feitos
  É conhecedor de suas capacidades;
  Quem é conhecedor de suas capacidades reconhece
  Em si mesmo a Presença Divina;
  E quem aceita a Presença Divina;
  Se une, com Ela, tornando-se
  Uma Imagem e Semelhança do Pai!”

       Mestre Lao-Tsé-Ling

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O QUE É A VERDADE?


Capitulo 90 do Evangelho dos Doze Santos ou Doze Apóstolos:  
1. Novamente os doze juntaram-se no círculo das palmeiras, e um deles Tomás disse para outro, o que é Verdade? Pois algumas coisas parecem diferentes para mentes diferentes, e mesmo para a mesma mente em tempos diferentes. O que é então, a Verdade?
2. E enquanto eles iam falando Jesus apareceu no meio deles e disse, Verdade, uma e absoluta, está em Deus somente, porque nenhum homem, nem nenhum corpo de homem, sabe aquilo que só Deus unicamente sabe, o qual é Tudo em Todos. Aos homens é a Verdade revelada, de acordo com as suas capacidades de entendimento e de receber.
3. A Verdade única tem muitas faces, uma pessoa vê um lado apenas, um outro vê outro, e alguns vêem mais do que outros, de acordo com o que lhes foi dado.
4. Reparem neste cristal: como uma só luz se manifesta em doze faces, sim quatro vezes doze, e cada face reflecte um raio de luz, e uma pessoa vê uma face e outra vê uma outra, mas é só um cristal e uma só luz que brilha em todas.
5. Reparem de novo, quando alguém sobe uma montanha e alcança o cume, ele diz, aquilo é o topo da montanha, vamos alcança-lo, e quando eles o alcançam, oh, eles vêem um outro mais adiante, que antes de alcançar o cume não era visto, só possível depois de o alcançarem.
6. Assim é com a Verdade. Eu Sou a Verdade o Caminho e a Vida, e dei-vos a Verdade que recebi do Alto. E a qual foi vista e recebida por um, e não foi vista e recebida por outro. Aquela que pareceu verdadeira para alguns, e que pareceu falsa para outros. Aqueles que estão no vale não vêem como aqueles que estão no topo da montanha.
7. Mas para cada um, é a Verdade tal como a sua mente a vê, e em cada tempo, a mais alta Verdade tem sido revelada da mesma forma: e à alma que recebe a Luz mais alta, ser-lhe-á dada mais Luz. Em qualquer caso não condenem os outros, para que vós próprios não sejais condenados.
8. Tal como mantiverem a sagrada Lei do Amor, a qual eu vos trouxe, assim será a Verdade revelada mais e mais a vós, e o Espirito da Verdade o qual vem do Alto guiar-vos-á, até e através de muitas maravilhas, por todas as Verdades, mesmo como uma nuvem de fogo guiou as crianças de Israel através do deserto.
9. Mantenham a fé na Luz que têm, até que luz mais alta vos seja dada. Procurem mais luz, e tê-la-ão em abundância, não descansem, até que a encontrem.
10. Deus deu-vos toda a Verdade, como uma escada com muitos degraus, para a salvação e perfeição da alma, e a verdade que vos faz sentido hoje, abandoná-la-ás pela mais alta verdade amanhã, elevando-vos até à Perfeição.
11. Quem quer que mantiver a sagrada Lei que tenho dado, os mesmos salvarão a sua alma, independentemente da forma como vejam a verdade que eu lhes trouxe.
12. Muitos dirão para mim, Senhor, Senhor, nós temos sido zelosos da verdade. Mas Eu dir-lhes-ei, não, mas, esses outros poderão ver como vós vedes, e nenhuma verdade alem dessa. Fé sem caridade é morte. Amor é o cumprimento da Lei.
13. De que forma a fé naquilo que eles recebem os impulsionará no caminho certo? Aqueles que têm amor, têm todas as coisas, e sem amor não há nada que prospere. Deixem cada um praticar aquilo que eles entendem ser a verdade em amor, sabendo que onde não há amor, a verdade é letra morta e nada aproveita.
14. Nele reside a Bondade, a Verdade, e a Beleza, mas a maior delas é a Bondade. Se alguém tem ódio para com o seu próximo, e endurece o seu coração para as criaturas que estão nas mãos de Deus, como poderá ele ver a Verdade que salva; vendo os seus olhos estão cegos e os seus corações estão endurecidos para a criação de Deus.
15. Tal como Eu recebi a Verdade, assim vo-la dei. Deixem a cada recebê-la de acordo com a sua luz e habilidade para entender, e não persigam aquele que a recebe com uma diferente interpretação.
16. A Verdade é a Vontade de Deus, e ela prevalecerá no fim de todos os erros. Mas a sagrada Lei que Eu vos dei é clara para todos, e justa e boa. Deixem a todos observá-la para salvação das suas almas.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ninguém deveria sair de casa pra  votar
Por que não sou  louco de acreditar
Nesses fantoches que querem me representar

Dois lados da mesma moeda
Querendo assegurar a dominação e submissão humana
O verdadeiro governo vai além desse teatro eleitoral
Como repteis eles ficam a conspirar
a melhor forma de explorar a Terra, Oceanos e poluir o Ar.

Exercer a cidania atráves da entrega do seu poder pessoal
só mostra quanto o ser humano tornou-se irracional
por que não exercer a solidariedade, auto-gestão ou amor incondicional?


Eles mantém a humanidade em ignorância
Liberdade, Sabedoria e Natureza
para eles não tem a menor importância
Pois para eles a maior alegria
é transformar a vida humana em mercadoria
Até quando essa mentira irá durar?
Quando a Humanidade irá despertar?











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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Salve Gaia !

Abençoado seja o Filho(a) da Luz que conhece sua Mãe Terra

Pois é Ela a doadora da vida

Saibas que a sua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela

Foi Ela quem te gerou e que te deu a vida

E te deu este corpo que um dia tu lhe devolverás

Saibas que o sangue que corre nas tuas veias

Nasceu do sangue da tua Mãe Terra

O sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela

Borbulha nos riachos das montanhas

Flui abundantemente nos rios das planícies

Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra

O alento Dela é o azul celeste das alturas do céu

E os sussurros das folhas da floresta

Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe Terra

Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra

A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos

Nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra

Que te rodeiam feito às ondas do mar cercando o peixinho

Como o ar tremelicante sustenta o pássaro

Em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra

Ela está em ti e tu estás Nela

Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente

Segue portanto as suas leis

Pois teu alento é o alento Dela

Teu sangue o sangue Dela

Teus ossos os ossos Dela

Tua carne a carne Dela

Teus olhos e teus ouvidos são Dela também

Aquele que encontra a paz na sua Mãe Terra

Não morrerá jamais

Conhece esta paz na tua mente

Deseja esta paz ao teu coração

Realiza esta paz com o teu corpo.

Evangelho dos Essênios

domingo, 29 de agosto de 2010

Magia & Realidade



Se criamos nossa realidade , e nela não há magia, então fomos nós que criamos aquilo , não fomos?
parece estranho que a maioria adore a idéia de mágica e adoraria ser capaz de faze-la, e no entanto, o mais próximo disso que temos é o controle remoto da tv.
Isso suscita uma pergunta importante: O que é magia em relação a ciência ? Certamente um controle de tv seria alta magia a duzentos anos. Os sumérios escreveram sobre deuses que se comunicavam por todo o planeta de modo mágico, instantaneamente ,
usando uma voz. E hoje isso é tão simples quanto escolher um canal de tv. Portanto, onde está a diferença?
A ciência é considerada muito dependente de procedimentos, mas a mágia não é diferente: livros de magia têm procedimentos descritos passo a passo, como nos livros de culinária,
ensinando como produzir o desejado. Parece que a magia é apenas ciência do outro lado do paradigma.
O manual dos antimagos:
Em vez de se preocupar com o porquê de não sermos magos(já que só você pode responder essa pergunta), vamos examinar o Manual dos antimagos, intitulado ” Como transformar um mago em sapo”
E, se parte desse material começar a parecer familiar, isso lhe dará uma pista sobre quem mais andou lendo e usando o manual.

1. Convença as pessoas de que elas NÃO são magos.
2. Ensine as glórias de ser vítima.
3. Confunda e embaralhe os sistemas de crenças.
4. Torne os novos conhecimentos assustadores e inacessíveis.
5. Faça os magos parecem assustadores e torne perigoso ser mago.
6. Obrigue-os a mentir
7, E nunca olhe para dentro de si




Se você por acaso é um mago que foi transformado em sapo, o manual dos antimagos também tem os antídotos para cada um desses procedimentos.
Como todo mundo é mago , se você convencer as pessoas de que elas não são, elas deixarão de ser. Nesse caso , não prossiga a leitura.
Antídoto : Lembre-se de sua grandeza: Você já é mago.
Se lhe disserem que você é uma mutação acidental da matéria e sua percepção de si mesmo é uma propiedade epifenomenológica das partículas mortas, como vocë se sentirá um mago?
Se seus momentos são mágicos são chamados de conscidências, onde está a magia em sua vida? Se a visão que você tem do mundo é morte, doença, guerra e sofrimento(ou seja, o noticiário da noite)
, e se você se sente impotente para mudar tudo isso , como poderá ser um mago?
E se disserem que você é um pecador desprezível, nascido em pecado e culpado aos olhos de Deus?
Há mais ou menos quarenta anos , um grupo de pensadores e pioneiros , comandados pelo professor Abraham Maslow , da Universidade de Brancedeis, percebeu que a piscicologia praticamente só se preocupava com problemas
e doenças , neuroses, pscicoses, disfunções. Por que não estudar individuos saudáveis ou extremamente saudáveis? Por que não descobrir as mais altas possibilidades dos seres humanos? – e criar maneiras de ajudar todo mundo
a desenvolver os própios poderes?
Cem anos antes , o grande escritor americano Henry David Thoreu escreveu:
”As competências do homem nunca foram medidas, nem podemos julgar com base em qualquer precedente o que ele é capaz de fazer”.
Norman Cousins, escritor e editor da Saturday Review, expressou a mesma idéia: ” O cérebro humano é um espelho do infinito. Não há limites para a sua abrangência, escopo ou crescimento criativo. Ninguém sabe que grandes saltos de
realização poderão estar ao alcance da espécie quando a
total potencialidade da mente for desenvolvida.”
Isso foi o que os pscicólogos do Momvimento do Potencial Humano se dispuseram a descobrir.
Talvez o maior legado de Maslow e seus colegas e seus colegas tenha sido a ajudar a trazer para o público a idéia de que todos possuímos um tremendo potencial latente , e que existem poderes e habilidades
dentro de nós que nunca chegam a superficie, pelo menos por enquanto!!!
Continua….
”As obras que faço , ele também fará, e as fará maiores do que essas”( Jesus Cristo)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Earth First


Earth First!Por que Earth First?

Você está cansado de grupos ambientais piegas? Você está cansado de ambientalistas corporativos super-pagos que pelam o saco dos burocratas e da indústria? Você foi desabilitado pela abordagem reducionista de profissionais ambientais e cientistas?
Se você respondeu sim a qualquer uma destas perguntas, então Earth First! é para você. Earth First! é efetivo. Nossa linha de frente, a abordagem de ação direta para proteger a vida selvagem consegue resultados. Nós tivemos sucesso em casos onde outros grupos ambientais desistiram, e chamamos a atenção pública às crises afrontando o mundo natural.

Earth First! foi fundado em 1979, em resposta a uma comunidade ambientalista letárgica, transigente e crescentemente corporativa. Earth First! tem uma conduta decididamente diferente em relação aos problemas ambientais. Nós acreditamos em usar todas as ferramentas disponíveis, se estendendo desde organizar o povão e o envolvimento no processo legal até a desobediência civil e a danificação de equipamentos.

Earth First! é diferente de outros grupos ambientais. Aí estão algumas coisas para se ter em mente sobre o Earth First! e algumas sugestões para ser um Earth First!er ativo e útil: Primeiro de tudo, Earth First! não é uma organização, e sim um movimento. Não existem "membros" do Earth First!, somente Earth First!ers. É uma convicção no biocentrismo de que a vida (a Terra) vem primeiro, e um exercício de pôr as nossas convicções em ação.

Embora haja uma ampla diversidade dentro do Earth First! (de vegans defensores dos direitos dos animais a guias de caças em selvas, de sabotadores a atentos seguidores de Gandhi, de gentalha bêbada da roça a filósofos pensativos, de misantropos a humanistas), há acordo em uma coisa, a necessidade de ação!

EARTH FIRST É DIFERENTE!

Para começar, nós não acreditamos que é suficiente preservar uma parte da nossa vida selvagem remanescente. Nós precisamos preservá-la toda, e é tempo de recriar vastas áreas selvagens em todos os ecossistemas do planeta: identificar áreas-chave, fechar estradas, remover aproveitamentos e reintroduzir as espécies animais extirpadas.

Não é suficiente nos opormos à construção de novas barragens. É tempo de libertar os nossos rios algemados e derrubar Hetch Hetchy, Glen Canyon, New Melones, Tellico e outras monstruosidades de concreto.

Enquanto muitos grupos ambientais são membros do establishment político americano e adotam essencialmente a visão de mundo antropocêntrica (centrada no ser humano) da civilização industrial, nós dizemos que as idéias e manifestações da civilização industrial são anti-Terra, anti-mulher e anti-liberdade. Nós estamos desenvolvendo um novo paradigma biocêntrico baseado no valor intrínseco de todas as coisas da natureza: a Ecologia Profunda. Earth First! acredita na vida selvagem por si mesma.

Fazer lobbies, processos judiciais, escrever cartas e documentos de pesquisas são importantes e necessários. Mas não são o suficiente. Os Earth First!ers também usam a confrontação, o teatro engajado, a ação direta e a desobediência civil para lutar pelas áreas selvagens e processos vitais. E, embora não ignoremos ou condenemos a danificação de equipamentos, a ecotagem ou outras formas de destruição de propriedade, nós apresentamos um fórum para a troca de idéias de oposição criativa ao ídolo do progresso, incluindo idéias sobre danificação de equipamentos.

Para evitar a cooptação, nós achamos necessário evitar a estrutura organizacional corporativa tão facilmente abraçada por muitos grupos ambientais. Earth First! é um movimento, não uma organização. Nossa estrutura é não-hierárquica. Nós não temos uma "equipe profissional" bem paga ou uma liderança formal. Dizendo mais simplesmente, a terra deve vir primeiro.

O QUANTO PROFUNDA É A SUA ECOLOGIA?

Uma coisa é certa quando tende a preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica . Ela é errada quando tende a outra coisa.

Aldo Leopold

O insight central de John Muir e da ciência da ecologia foi a compreensão de que todas as coisas são conectadas, relacionadas; que os seres humanos são meramente uma das milhões de espécies que foram formadas pelo processo de evolução por três e meio bilhões de anos. Com esta compreensão, podemos responder melhor à questão "Por que a vida selvagem?"

É porque a vida selvagem dá belos cartões postais? Porque ela protege as bacias hidrográficas para o uso da vazante pela agricultura, a indústria e as casas? Porque ela tira as teias de aranha da nossa cabeça depois de uma longa semana na fábrica de automóveis ou diante do terminal de vídeo? Porque ela preserva as oportunidades de extração de recursos para as futuras gerações de humanos? Porque alguma planta desconhecida que vive no ermo pode conter a cura do câncer?

Não. É porque a vida selvagem existe. Porque ela é o mundo real, o fluxo da vida, o processo da evolução, o repositório destes três bilhões e meio de anos de viagem compartilhada.

Todas as coisas da natureza têm valor intrínseco, importância inerente. O seu valor não é determinado pelo barulho que elas farão soar na caixa registradora, nem se elas são boas ou não. Elas são. Elas existem. Por si mesmas. Sem consideração com qualquer valor real ou imaginado para a civilização humana.

Ainda mais importante que a criatura selvagem individual é a comunidade selvagem interconectada ¿ a vida selvagem, o fluxo de vida não-impedido pela interferência industrial ou pela manipulação humana. Estes temas gêmeos da interconexão e do valor instrínseco formam o âmago das idéias de pensadores ecológicos pioneiros tais como John Muir, Aldo Leopold e Rachel Carson, e são a base da ação dos Earth First!ers. Esta visão de mundo biocêntrica, oposta ao paradigma antropocêntrico da civilização (e à posição reformista dos grupos ambientais do mainstream), tem sido desenvolvida na filosofia da Ecologia Profunda por filósofos como Arne Naess, da Noruega, John Seed, da Austrália, Alan Drengson, do Canadá e George Sessions, Bill Devall, Dolores LaChapelle e Gary Snyder, dos Estados Unidos, entre outros.

Earth First!, resumindo, não opera sobre a base do pragmatismo político, ou do que é percebido como possível. A vida selvagem não é algo que possa ser comprometido na arena política. Nós somos defensores sem pedir desculpas do mundo natural, da Terra.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Paradigmas




O Universo permitiu à raça humana a capacidade de pensar, raciocinar, ponderar e avaliar. Não com o objetivo de ceder poder para dominar os mais fracos ou submeter a natureza aos seus caprichos, mas para construir uma forma de vida digna. Onde todos humanos ou não, pudessem viver em harmonia.

Para que isso fosse mesmo possivel , o homem deveria encontrar um caminho que lhe permitisse estar a estas oportunidades de transformação. Um processo ou sistema de aprendizagem que o resgatasse para trazê-lo de novo a um percurso sadio de desenvolvimento.

Onde se escondia o segredo? Onde estava localizado o problema principal do homem?

Poder prever estas mudanças especiais, identificar as oportunidades e estar preparado para elas, seria uma vantagem incrivel e isto é realmente possivel. Mas, para poder prever esse tipo de mudanças especiais , iniciar qualquer processo de compreensão sobre a vida e retomar o caminho do desenvolvimento , é preciso entender o poder e influência dos PARADIGMAS!

É um fato, e uma verdade para todos , que temos regras e regulamentos em nossas vidas. Quem não as tem ? Seja uma religião, uma instituição militar ou um time de futebol, lidamos com paradigmas constantemente. E são essas regras e regulamentos que configuramos no passado que nos impedem de ver claramente a vida, o que somos, com quem nos relacionamos e de prever com sucesso o futuro, por que tentamos fazê-lo olhando apenas atráves de nossos velhos paradigmas.

No passado o homem pensava que a gasolina sereria barata e disponível em ambudância para sempre; 4 filhos é o numéro ideal, cabelo grande e brincos é coisa de mulher; mulheres devem ficar em casa; animais são meros produtos; prosperidade é possessão material, ets não existem e etc. Caramba, como estavam errados, e continuam errados e só não mudam devido a força dos paradigmas.

Os paradigmas alienam perigosamente o homem pois o faz acreditar que sua maneira de ser, viver e de perceber o mundo ao redor é a unica forma de realidade, bloqueando-o à diversidade de realidades, fazendo que ele sinta-se ameaçado e em constante conflito consigo e com os demais. A ilusão pode ser tão poderosa , que pode cegar o homem no momento que é a hora de mudar de atitude.

O medo se tornou , infelizmente para todos nós, o pior paradigma. Um paradigma que escraviza silenciosamente e entorpece os sentidos. E as vezes o nosso paradigma pode ser ´´O paradigma´´. Quer dizer, a única forma de fazer alguma coisa. Quando você se depara com uma idéia alternativa , você a rejeita de cara e isso pode levar a uma condição nociva. A isto se chama ´´ Paralisia de Paradigma´´. É a doença fatal da certeza. é facil contrair e é muito perigosa pois será dificílima de curar. Muitas pessoas e instituições que tiveram essa doença, posteriormente foram destruídas pois jamais imaginariam que poderiam estar totalmente erradas.

As pessoas que criam novos paradigmas e que propõe novos caminhos e se antecipam ao seu tempo, se diferenciam do resto e tendem a ser forasteiros. Podem ser jovens ou velhos, a idade é irrelevante. O ponto chave aqui é não fazerem parte da comunidade estabelecida de paradigmas.
 Os paradigmas existentes em nós estão e continuarão a estar encobrindo a percepção real da vida nos afastando de nossa verdadeira natureza enquanto não decidirmos ampliar a nossa mente, libertar o espirito e abrir o coração ao novo. Portanto, cuidado com a paralisia de paradigma.



Não podemos mais permanecer numa mentalidade retrógada , nem continuar a pensar que somente a ciência ou total espiritualidade são a única via de salvação ou progresso. Não somos mais o centro do Universo e nem somos os filhos preferidos de Deus. Não somos especiais nem únicos.Dentro desse enigmático panorama , concluí , verdadeiramente , que  era necessário que surgisse , no contexto humano , a possibilidade de um novo processo que indicasse a razão, o motivo real do porquê da existência do ser humano nesse terminado tempo-espaço cósmico, e , obviamente , qual deveria ser o papel universalmente histórico que tem a representar.  Pois viver 50, 60 ou até 80 anos para apenas seguir a mesma linha padrão de estudar, trabalhar, sofrer, criar filhos e morrer, acabava sendo um objetivo ignóbil e inglório para uma criatura tão maravilhosamente complexa que possui um potencial infinito guardado dentro de si.

´´Se o mundo é uma ilusão, façamos do sonho a realidade´´

quinta-feira, 19 de agosto de 2010



Eu vou meditando no interior do meu ser
Para aqui na terra eu poder compreender
Os infinitos caminhos do cosmo sideral
Onde magia é verdade transcendental

Sou um oceano  de possibilidades
Criador de infinitas realidades
Para sabiamente seguir o  meu caminho
com a grandeza e inocência de um menino

Resgatar a humanidadee em mim irei
E acima de tudo o amor será a lei
O inimigo não mais me enganará
e sobre ele meu coração irá triunfar

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Somos todos Um



A busca pela verdade me fascina
Vivemos em um mundo com tantas diferenças, cores, credos, ideologias e diversas designações
mas se fores filtrar o que há de bom em cada parte descobrirá que juntos somamos algo muito maior e assim aprenderemos que as pessoas valem muito mais e que são complexas demais para poderem ser catalogadas com etiquetas, por muitas vezes limitadoras do potencial humano. Temos mais em comum do que imaginas.
Deveriamos defender algo bom e puro, sem ódio ,preconceitos,  limitações, liberdade de pensamento, liberdade de errar e corrigir , de ir e de vir, afinal estamos nessa vida para aprender para um dia voltar ao nosso verdadeiro lugar de origem, que transcede essa realidade temporária.
A busca pela verdade é como a montage de um grande quebra-cabeça e você deve ser muito sábio para perceber o encaixe de cada peça, saber filtrar essas peças de tudo o que aprender, ver a mesma verdade dentro de cada ser.
Nosso objetivo é expandir nossa consciência, subir a escada da própia evolução. Cuide da sua própia e se puder ajude o próximo a subir também, mas nunca poderás ser muleta de alguém , cada um galga na sua própia escada. Cada um tem o seu momento, não adianta forçar as evolução alheia. 
A natureza criou diversas formas de vida e cada uma possui uma função no grande cosmo, desde a menor das formigas ao maior dos mamíferos, tente compreender a função da vida humana, da vida inteligente, sua ligação com o Todo. Nossa mente está coberta pela poeira do materialismo e dualismo, por isso há tantas desavenças e ninguém se entende, mesmo quando falam a mesma coisa , porém cada um com um lado. Transcenda! Vá além do condicionamento.

Lembre-se, você é muito mais do que acredita ser, tens as mesmas qualidades do Criador porém ainda não se deu conta disso, você é muito mais que seu status social, sua conta bancária, seu sistema de crenças e os objetos que possui, portanto faça sua vida realmente valer a pena, seja o melhor Ser Humano possivel, seja as mudanças que quer ver no mundo, esteja sempre pronto para mudar e transformar, evoluir e somar.
Somos todos um !

http://www.youtube.com/watch?v=QlpB3PKZ9pU&feature=player_embedded

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

As crianças do amanhã




Vivo como o ar correndo o mundo  sem nada a se apegar.
Do meu coração emana o fogo que irá te libertar


Em meio ao caos venho plantar a semente do novo amanhecer
Com fé e amor espero no ressugir da humanidade um novo Ser.

Vencer o inimigo dentro de nós iremos.
Felizes e livres um dia seremos.

Para ao infinito chegar
E de la nunca mais voltar

Então segura minha mão doce criança
Pois o teu sorisso é a  esperança

Dos belos dias que virão
Onde não mais haverá  escuridão

Portanto com pura sinceridade
Digo que o teu destino é a felicidade.

(Dã-Luan)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Seja a tua vontade a Lei.




As pessoas se preocupam
tanto em serem aceitas numa sociedade hipócrita que acabam
escondendo seus sentimentos
mais sinceros.A ignorância e a
repressão te sufocam e te fazem
temer aos que tem idéias próprias.Não esconda oque sente
não tenha vergonha de ser como
é,não seja mais um á apoiar essa
repressão! LIBERTE-SE!