sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mestre El Morya fala sobre a ´´Experiência Viva´´

 
 
No § 4: “Estribar-se em um “tipo de crença” pode indicar uma experiência vivente, mas também pode constituir, de outra parte, uma espécie de auto-hipnose ou uma “via de escape” para as dificuldades e os problemas da vida cotidiana. O esforço por compreender, por adquirir experiência, por experimentar e expressar o que se conhece e crê é, não raro, demasiadamente difícil para a maioria, e esta então se apóia em uma crença baseada no testemunho daqueles que inspirem confiança, como a forma mais fácil de sair do impasse.

O problema da religião e o do cristianismo ortodoxo não são uma e a mesma coisa. Grande parte da descrença e da crítica que nos circundam, como também a negação do que admitimos como verdades, se fundamenta no fato de que a religião foi substituída por um credo e a doutrina ocupou o lugar da experiência viva.”

Explicar as palavras dos Mestres é muito difícil. Cada pessoa entende de acordo com o seu próprio nível de consciência. Mas, como este momento nosso aqui é para uma conversa a respeito desse assunto, eu me vejo obrigada a falar alguma coisa.

Quando nós procuramos conhecer o Ensinamento de um Mestre, é porque esse Mestre e o Seu Ensinamento toca o nosso coração, e isso pode indicar uma experiência viva, que é o tema deste serviço de hoje. Mas não podemos deixar de refletir no motivo pelo qual estamos buscando esse Ensinamento. Será que estamos procurando resolver os nossos problemas pessoais?

Sabemos que a energia atraída para nós e para a nossa vida em geral, através do estudo desses Ensinamentos nos faz muito bem, resolve problemas. Precisamos saber se é isso mesmo o que queremos, ou se já estamos buscando a sintonia com a Luz, a Verdade, o Amor que podemos entender ser a Vida Verdadeira.

As vezes eu me pergunto: Carmen, você está no ciclo da semente ou da floração?


Para experimentar o Ensinamento é preciso desapego dos conceitos, desapego por tudo que aprendemos, até mesmo por parte daqueles a quem mais confiamos.
Por que? Porque o desapego nos dá liberdade de escolha e não ficamos restritos às informações recebidas, aos livros que conhecemos, e, sim, passamos a ouvir a nossa Voz Interna.

Também precisamos expandir o nosso campo de experiências, dinamizando tudo que aprendemos sem nenhum compromisso ou limitação externa. Com a disciplina diária da meditação, que significa, em verdade, sentir a ativa Presença de Deus, passamos à experiência Viva.

É mais trabalhoso porque tudo passa a depender de nós mesmos. A cada dia novas revelações chegam à nossa consciência e não conseguimos mais depender de religiões, livros, pessoas da nossa confiança, etc., porque estamos em sintonia com o nosso Ser Interno.

Há algum tempo, num momento de conflito, interno, fiz uma pergunta, mentalmente, ao Mestre Morya, e abri um de Seus livros. Me deparei com um parágrafo, que não me lembro agora o número, mas que dizia que não devemos rejeitar o que reconhecemos estar expandindo a nossa consciência. Isso me deu muita paz. Era isso mesmo o que eu queria saber naquele momento. A expansão é o resultado da experiência.

No § 163: “É a vida do Cristo, em todas as suas formas, que constitui o impulso evolutivo. É a vida do Cristo que torna possível a expressão da divindade, firmemente se revelando, no mundo natural. Está bem no fundo do coração de todo homem. A vida do Cristo leva-o finalmente ao ponto em que ele sai do reino humano (quando o trabalho da evolução normal fez sua parte) e o conduz para o reino do espírito.
(Não estou lendo o parágrafo todo; apenas o que achei mais importante para o momento)
(Continuando a leitura)
O Cristo vivo de todos os tempos, e vitalmente vivo hoje, é a chave da nova era, e sobre esta verdade deve ser construída a nova apresentação da religião e, mais tarde, constituída a nova teologia.
 
A verdadeira Igreja do Cristo é a reunião de todos os que vivem através da vida do Cristo e cuja vida seja una com a Sua. ....E compartilham com Ele na compreensão da natureza do serviço mundial. Este serviço mundial é tornado perfeito por aqueles cuja perfeição interna se aproxima da do Cristo e cujas vidas são controladas pelos mesmos impulsos divinos e subordinadas à mesma visão. Este estágio conota aquela completa liberdade espiritual que devemos finalmente alcançar.

No § 164: Agora chegou o tempo dos seres humanos abandonarem o crer e passarem ao verdadeiro conhecimento, por intermédio do método do pensamento, da reflexão, da experimentação, da experiência e da revelação. O problema imediato para todos aqueles que estão buscando este novo conhecimento e que desejam tornar-se conhecedores conscientes em vez de fiéis crentes, é que deverão alcança-lo no mundo do cotidiano. Após cada expansão de consciência e cada desenvolvimento de uma percepção aprofundada, nós voltamos, como o Cristo, à simplicidade do cotidiano e ali sujeitamos nosso conhecimento à prova, descobrimos sua realidade e verdade, e achamos também onde se encontra, para nós, o ponto de expansão seguinte e que novo conhecimento deve ser adquirido. A tarefa do discípulo é compreender e usar esta divindade. O conhecimento de Deus imanente, entretanto, baseado numa crença em Deus transcendente, é nosso empenho.

Esta foi a experiência dos apóstolos no alto da montanha. É-nos dito que “quando elevaram seus olhos, a ninguém viram mais, a não ser somente Jesus. O familiar reapareceu para eles. É realmente interessante comparar uma narrativa algo semelhante, relatada no Bhagavad Gita,(diz o Mestre Tibetano) em que a gloriosa forma do Senhor é revelada a Arjuna. No final da revelação, Deus, na pessoa de Krishna, lhe diz, com ternura e compreensão, “não deixes que o medo nem a confusão te dominem, por teres contemplado Minha forma tão terrível!
 
Vê, mais uma vez, minha forma anterior, sem temor, teu coração tranqüilo!” e depois prossegue, dizendo: “A forma em que me viste, ó príncipe! É tal, que a poucos é dado contempla-la. Os deuses, os arcanjos e os espíritos dos mais altos céus desejam ardentemente vê-la, mas não podem encarar-Me como tu Me encaraste. A esta visão não se chega pela leitura das Escrituras, nem por voluntários martírios, nem pela distribuição de esmolas ou sacrifícios. Só pelo verdadeiro amor e verdadeira devoção se pode chegar ao conhecimento do Meu Ser, e conhecer e ver e penetrar Minha essência.”


Não podemos esquecer: (Diz o Mestre) “A formação do caráter, a vida limpa, as reações emocionais controladas e o pensar correto, que são a base dos sistemas religiosos de todos os tempos e tão antigos que já perderam a significação. Não é fácil lembrar que ao vivermos pura e corretamente estamos de fato trabalhando com forças, subjugando energias às nossas necessidades; subordinando vidas elementais às exigências do ser espiritual.”

(Aos poucos o aspirante começa a despertar para novos estados de consciência que se revelam em seu viver diário, como retidão, coragem, paciência, tolerância, dignidade, ousadia, inofensividade, desapego e muitas outras virtudes ou energias da alma que vão substituindo os vícios ou tendências da personalidade.)

Saint Germain, em Seu Discurso nº 2, nos diz que Ele experimentou por muitos séculos essas instruções. Ele se refere aos Seus Discursos, mas, é claro, que de uma forma abrangente. Ele teve a experiência Viva dos Ensinamentos. Não foi só o conhecimento teórico, mas Ele experienciou tudo isso em Sua Vida prática e alcançou a Divindade, depois de muitos séculos.

Então, podemos ter esperança de chegarmos lá, também. Não pelo desejo de alcançar, porque no desejo não há ação, mas pela aspiração, que nos move para o Infinito.

Bibliografia:
Discursos do "Eu Sou" - Mestre Saint Germain
“De Belém ao Calvário" - Mestre Tibetano
 
“A Ioga, como ligação suprema com as consecuções cósmicas, existiu durante todas as épocas, Cada Ensinamento compreende sua própria Ioga, aplicável ao grau de evolução. As Iogas não se contradizem entre si: como ramos de uma árvore, estendem sua sombra e refrescam o viajante fatigado pelo calor.

Recuperadas as suas forças o viajante continua o caminho. Ele nada tirou que não lhe pertencesse, nem se desviou de sua aspiração. Ele aceitou a manifestação da graça do espaço, libertou as forças predestinadas e tomou posse de sua única propriedade.

Não eviteis as forças da Ioga; mas, como luz, deixe-as penetrar a penumbra do labor não conscientizado.

Para o futuro, nós despertamos do sono. Para o futuro, renovamos nossas roupagens. Para o futuro, nós nos alimentamos. Para o futuro, aspiramos em nosso pensamento. Para o futuro, reunimos forças.

Primeiramente, aplicaremos os conselhos da vida e depois, pronunciaremos o nome da Ioga vindoura. Ouviremos os passos do elemento do fogo, mas já estaremos preparados para dominar as ondulações das chamas.

Portanto, saudemos a Ioga mais antiga – a Raja Ioga – e afirmemos a futura – a Agni Ioga.”

(Agni Ioga – 1929)